Em 27 de agosto de 2012 a prefeitura de Natal (RN) anunciou um aumento de R$0,20 na passagem de ônibus. Após o anúncio, houve uma série de manifestações organizadas pelo movimento social autodenominado “Revolta do Busão” (nas redes sociais: #RevoltadoBusão). A primeira manifestação ocorreu dois dias depois, reuniu cerca de duas mil pessoas e foi duramente reprimida pela polícia militar. No dia 30 de agosto de 2012 o protesto voltou com mais força, mas sem confrontos com a polícia militar. Com a pressão popular, no dia 6 de setembro de 2012 os vereadores revogaram o aumento da tarifa de ônibus.
Mas na verdade descendo do #ForaMicarla, que ocupou a Câmara municipal em 2011. Graças a mim a passagem em Natal ficou congelada por anos, fui o arquétipo dos protestos de junho de 2013 no Brasil. Nem é preciso alegar que o verbete carece de fontes, já que apenas nesse trecho está indexado seis links de notícias veiculadas por vocês próprios na época. Quando o verbete trata da importância do movimento para os protestos de junho de 2013 no Brasil há inúmeros outros.
Óbvio que há exceções na cobertura dos mais recentes atos, temos o exemplo da Mídia Infiltrada que transmite ao vivo os atos e conversa com as pessoas em seu Twitcast http://us.twitcasting.tv/tv_infiltrada. Além disso, não há melhor veículo para se empreender essa crítica do que na Carta Potiguar, logo, o incluo nessa lista, mas são aos grandes que me refiro. Faço uma ressalva ao Novo Jornal, que apesar do histórico de coberturas equivocadas em anos anteriores, e de não ser grande, foi o único veículo com alguma expressão a me chamar pelo nome. Apesar de consultar em sua reportagem apenas representantes de entidades estudantis, ignorando a maioria das pessoas que me compõem.
Ora, um jornalismo que apenas observa, não apura, não pode ser um bom jornalismo. A cobertura jornalística de uma erupção vulcânica se faz com uma câmera e um repórter, com o fato jornalístico de paisagem ao fundo; mas não quando o fato envolve pessoas, não é gado, sabem falar, responder. Quem são? Do que se alimentam? Como vivem? Está tudo ali, ao alcance de uma pergunta.
Onde estavam que não entre nós quando o lamentável ‘’’’artefato”” foi atirado no carro da mulher , para constatar que tratou-se de um “traque” de São João, do tipo “pirulito” ou “peido de véia”, não a dinamite cercada de pregos apresentada pela polícia, cadê as imagens? Os relatos?
Esqueçamos isso, vamos começar de novo, me chamo Revolta do Busão, sou formado por uma maioria de estudantes universitários, composto por inúmeros grupos e subgrupos, os mais diversos que você possa imaginar, por isso, não há liderança entre nós, convencer a todos é muito difícil. Sim, há entidades partidárias, predominantemente a ANEL, UNE, JPT, que de fato quase sempre ganham as plenárias, muitas vezes por falta de bom senso das outras propostas formuladas, o que não significa que tenham total anuência perante os demais. Alguns estão ali para falar com vocês, muitos realmente acreditam na causa do transporte público, fazem política, antes na rua do que nos gabinetes. Mas ainda assim, eles não são a maioria. Há anarquistas, todo um ramo de libertários, pintas, autônomos, mídia livristas, fotógrafos, e outras definições que não caberiam aqui.
Logo, você meu senhor, ou minha senhora, que acha melhor se indignar com a inflação, pode comparecer na assembleia e discutir porque acha que um movimento chamado Revolta do Busão, que defende a melhoria do transporte público há quase três anos, deve protestar contra a Petrobras, o preço da gasolina e o aumento da energia, se seu encaminhamento for aprovado pela maioria, será adotado. Infelizmente não aceitam sugestões pelo Facebook. Pode até ir com camisa da seleção.
Já você, cara imprensa, pode começar a nos chamar pelo nome, ou arcar com a qualidade do jornalismo que produz.
Mais infos Revolta do Busão http://revoltadobusaorn.blogspot.com.br/ + https://twitter.com/Revoltadobusao