Rio Grande do Norte acorda em luta

O objetivo é denunciar os despejos violentos no campo e o desrespeito com as famílias acampadas

O MST no Rio Grande do Norte tranca na manhã desta terça-feira (22) as BR 406, na altura de São Gonçalo do Amarante, e a 101, na altura de Múriu.

O objetivo é denunciar os despejos violentos no campo e o desrespeito com as famílias acampadas no estado, além de cobrar do governador do estado do Rio Grande do Norte que cumpra suas promessas com o povo.

Na última quinta-feira (17) a Polícia Militar, a mando do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), fez uma reintegração de posse ilegal sem dar direito, ao menos, das famílias retirarem suas coisas dos barracos.

O Movimento exige que o governador respeite seus compromissos e que o Governo Federal através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) faça as vistorias e desapropriação das áreas para reforma agrária no estado.

“Vamos seguir em luta até que nossos objetivos sejam de fato atendidos”, declararam os manifestantes.

*Editado por Rafael Soriano

http://www.mst.org.br/2017/08/22/rio-grande-do-norte-acorda-em-luta.html

Agricultores do Açú, no RJ, sofrem nova injustiça

Não é a primeira vez que as famílias, legítimas proprietárias e possuidoras, recebem ameaça de despejo.
18 de julho de 2017 21h42
Da Página do MST

Mais uma vez as famílias do Açu sofrem com nova ameaça de reintegração de posse determinada pelo juiz da 1a Vara da Comarca de São João da Barra/RJ. Não é a primeira vez que as famílias, legítimas proprietárias e possuidoras, recebem essa ameaça.

Suas histórias e experiências no território do Açu estão marcadas de ações arbitrárias do poder político, que se alia ao poder econômico, tendo o poder judiciário como o representante fiel dessa aliança. Para o Juízo da 1a Vara de São João da Barra, trata-se de uma demanda simples: as empresas receberam a posse do estado.

Ignora que a transformação do 5o Distrito em zona industrial representou uma manobra política do então governador Sergio Cabral; ignora o descaso das empresas e do estado em pagar as indenizações irrisórias e ainda assim não pagas; ignora que a área em que as famílias foram deslocadas é um terreno em disputa judicial, tornando mais ameaçadora a ida dessas famílias, pois provavelmente serão expulsas pelo mesmo poder judiciário que as obriga a se deslocar.

Mas, o mais grave na decisão judicial é que se mostra visível na sua parcialidade. Desde que foi implantado, o porto do Açu não trouxe melhoria de vida para essas famílias, nem para os trabalhadores e trabalhadoras que vivem do empreendimento, mas acima de tudo, o ambiente nunca foi tão degradado.O Ministério Público chega a defender que tal empreendimento econômico “resultará do efetivo desenvolvimento econômico e industrial da região, com geração de emprego e renda”.

Mais grave. O Ministério Público, que pela Constituição deveria atuar em defesa do patrimônio ambiental, prefere ignorar todos os impactos que a Porto do Açu, empresa que já pertenceu ao empresário Eike Batista, suspeito de relações não legais com o então Governador Sérgio Cabral, vem impondo ao meio ambiente. E o Ministério Público que, arrogantemente, se coloca como a reserva moral da Constituição Brasileira, prefere apoiar cegamente o empreendimento sem nenhuma preocupação com o futuro ambiental dessa região, marcada por uma enorme riqueza de flora e fauna.

http://www.mst.org.br/2017/07/18/agricultores-do-acu-no-rj-sofrem-nova-injustica.html

*Editado Por Rafael Soriano

Crônica salgada de nossa ecologia cultural

Hoje me bateu a vontade de falar de nosso meio-ambiente nada doce. Começo no início da involução ou desenvolvimento histórico de nossa cara praia de Pipa. Recordo as cacimbas de água doce que existiam nas praias de Tibau do Sul. Alguns falam em oito ou nove somente em Pipa. Era lá que os nativos colhiam a água para beber, fazer sua comida e lavar o sal da pele. E foi nesta época que ocorreu a primeira interação entre nativos e estrangeiros. Alguém trocou uma prancha de surf por um lote de terra para construir um chalé e aí começou a simbólica corrida pelo desmatamento da nossa outrora mata atlântica. Furamos o solo da argila que encobre a camada de areia, meia salgada, na busca de mais água e para enterrar nossos excrementos humanos em fossas jamais sépticas. E veio a caixa de gordura nada séptica para alimentar as baratas urbanas (ainda temos a barata cascuda da mata com outros hábitos).

Ocupamos a beira das falésias sob as quais avança o mar num ritmo veloz, ano a ano, inexoravelmente. A imagem do são Sebastião no mar próximo à praia do centro, já quase afogada nos faz recordar da pracinha, das casas com plantações de macaxeira e bananas que existiam onde hoje o mar se quebra na maré baixa. A argila das falésias, amontoada e enegrecida pelo sal cobriu tudo e parecem arrecifes. Morava-se onde hoje repousam as lanchas de turismo para ver nossa atração maior, os golfinhos. Paraiso onde os golfinhos visitados em Miami, ainda restam na outrora praia dos currais. E foi então que se deu o nome de ‘praia das minas’, para onde escoriam as águas de minas de água doce que brotavam das enormes dunas que a circundam. Ali mesmo onde passou a se chamar de Yahoo, bar fundado por um jovem e alegre alemão. Tempos nostálgicos dos nórdicos que nos deixaram o menino galego de olhos azuis, novo herói do surf local que já é reconhecido no Bali.

Lá se vão trinta anos plantando antiguidade à praia do centro. Agora ficou proibida a análise de suas águas como praia poluída e imprópria ao banho. E como anátema, o IDEMA só analisa outras praias, mas jornais de São Paulo a inclui na longa lista das proibidas. As cacimbas nascem salgadas, o mar já comeu parte do velho cemitério dos nativos e levou embora as antigas escadas de madeira. A água dos poços artesianos, da segunda camada do lençol freático, já está contaminada pelos nossos coliformes fecais e haja cloro para limpá-las. Já passamos para a terceira camada buscando água a 250 metros de profundidade. Só no ano passado este lençol doce desceu 5 metros nos bairros mais distantes. Nosso primeiro depósito de esgoto, escondido atrás de igrejinha católica, já recebe as águas da maré cheia e mais 15 anos estará afogada como a estátua de são Cristóvão. E, ainda não temos chuveiros públicos e muitos visitantes defecam atrás de uma onda. Alguns troços mais secos navegam nas piscinas naturais. Outros, mais pesados se misturam nas areias. E nem falo no mijo.

O censo agropecuário dos anos 70 dava como principal produto local a lenha. Mas ela continua junto com as jovens varas de árvores a alimentar os fornos das deliciosas pizzas italianas e suas similares. O desmatamento já bateu nas margens da Mata de Pipa, a ser preservada, onde eu moro a 5 anos. Já não vejo os roceiros passarem. Mas ouço o barulho das marés altas e os tombos das árvores altaneiras que as dunas não mais seguram. A mata escasseia por si. Morrem as raízes que alimentavam de água o lençol freático. O milho plantado e replantado, este ano não dará nada. O feijão de corda já se colhe bichado, clamando pelos agrotóxicos, ainda não usados. Os próprios cultivadores das roças, que os via às dezenas passando sob meu olhar madrugadeiro, já escasseiam. Restam poucos nativos que amam a terra. Idosos sentem as pernas fracas e reclamam dos filhos que não veem mais às roças. E a macaxeira acaba sendo vendida para alimentar gado e porcos, pois fica dura e não derrete na boca. A macaxeira que compramos vem da Paraíba, de grandes plantios regados. As alfaces estão vindo das plantações da Vitória da Conquista, já na divisa da Bahia com Minas. E os nativos, barrados pela Mata da Pipa, estão vendendo o que resta, bem roçado e limpo como gostam os novos moradores. Vai faltar caju e já importamos castanhas do Ceará, algumas tipo exportação, outras pelo menos vistosas, mas há as quebradas e lascadas que meus dentes idosos não mastigam.

Enfim o ciclo da nossa efêmera ecologia-cultural se esvai, pois esqueceu de sustentar os costumes passados. Se torna uma ideologia e como todas elas uma ‘falsa consciência’, uma ‘religião’ que busca preservar velhas imagens. Só os estrangeiros visitam nossa feira orgânica espremida na praça do Pescador. E o orgânico veem do paú, do catú, da Vila Flor (primeira cidade do RN), plantada pelos históricos holandeses que abrigavam sua pólvora na lagoa de Guarairas, onde se contempla o pôr do sol refletido nas areias do assoreamento. São 30 anos que se somam aos 300 de Nassau, como um rastilho de pólvora que queima o meio e os arredores do ambiente. E se reflete na nostalgia da minha mente que perde a esperança de ser conservacionista. Em breve ficarei também nas saudades que podem brotar entre os muitos afazeres.

extraido do face
https://www.facebook.com/groups/kesaber/permalink/1024042227696218/

PermaOkupa UFRN

15085585_1222471814478830_3455349688605061617_n


Galera, todas convidadas a somar com os esforços das ocupações! Toda segunda o Mandala está na OcupaUFRN contribuindo com a gestão dos resíduos e agricultura urbana! Próxima segunda tem mais, 14h. Cheguem!

#EcopedagogiaMandala #OcupaUFRN #PermaculturaEmTemposdeCrise

Desde semana passada que o Grupo de Estudos em Permacultura do Mandala está acontecendo na OcupaUFRN, na Reitoria do campus central Natal. Em nosso primeiro encontro fizemos um diálogo sobre o que é Permacultura e sua importância pra garantir nossa sobrevivência, bem viver e autonomia na sociedade e no planeta e planejamos as possíveis ações. Sexta passada trouxemos bambus e mudas pra ocupação e hoje começamos os mutirões. Preparamos a composteira de resíduos orgânicos, a recicloteca (área de separação e gestão de resíduos reaproveitáveis e recicláveis) e a primeira horta Mandala de medicinais, chás, temperos e hortaliças. Nas próximas segundas continuamos com os mutirões. Tragam mudas, ferramentas, adubo e disposição pra trabalhar de forma colaborativa e autogestionada fortalecendo a ocupação e partilhando os saberes necessários pra transformar nossas vidas!

https://www.facebook.com/mandalapermacultura/?hc_ref=NEWSFEED

Ecofeira da Pipa

IMG-20160925-WA0018

Ecofeira Cultural da Pipa – nessa sexta!

cartaz - feirinha cultural-cor