Cédula Anarquista

12039192_464353300414234_5909515748559407312_n


Link do Face, sorry.

Despachos da Muralha, episódio 1: Pasto e soja

– Querendo dizer – disse Maiara, apontando para o mapa – que esses reinos são todos uma fachada. Estão conjuminados.

– Estão em guerra, você quer dizer – disse o italiano. Tocou por um instante a ilha no centro do mapa, depois fez com que o dedo des­li­zasse do sul para o noroeste. – A Resi­dên­cia em Vazília jurou proteger os índios e outros guardiões da Muralha, mas é há trinta anos que o Império Gaúcho está invadindo e dila­pi­dando a Muralha com a coni­vên­cia da União.

– Que ninguém faz nada só comprova o que eu estou dizendo – disse Maiara, que estava nua para disfarçar o fato de que estava usando a ocasião para despejar uma enorme quan­ti­dade de infor­ma­ção. – Não se pro­nun­ciam nem os Estados de que se poderia esperar algum apoio, tipo o Serestão no nordeste ou o prin­ci­pado da Guanabara.

– Você acredita mesmo – o italiano passou o dedo pelas costas da mulher – que o Sacro­con­do­mí­nio está em con­ju­mi­nân­cia com o Império Gaúcho?

– Disso não tenho dúvida – ela disse. – Não entendo os detalhes mas tem de ser. Esta semana o cardeal paulista Voto­ran­tim e o imperador gaúcho se encon­tra­ram com a Resi­dên­cia em Vazília. Ofi­ci­al­mente foi um jogo amistoso, mas ninguém ignora que dis­cu­ti­ram modos de acelerar a tomada da Muralha.

Estavam os dois nus num terraço da favela do Vidigal, espar­ra­ma­dos em esteiras, lam­bu­za­dos de protetor e bebendo cai­pi­ri­nha. O italiano não tinha qualquer intenção de encurtar aquela conversa, por isso não é sempre que fazia questão de entender. Ele pegou e folheou o dossiê que ela tinha lhe passado.

– O cardeal Voto­ran­tim… Emílio Voto­ran­tim, certo? Da Federação das Indús­trias da Sacra Igreja Neoliberal?

– Ele mesmo.

– Mas não faz sentido – ele largou o dossiê e sem se levantar virou muito deli­be­ra­da­mente o corpo de modo a ficar de frente. O italiano era careca e atar­ra­cado, mas tinha também o seu público. – Vamos pensar no Império Gaúcho. Que armas eles estão usando?

– Os gaúchos só usam armas bio­ló­gi­cas – disse Maiara – Estão invadindo a Muralha com as mesmas táticas que usaram para tomar as porções do Mar Cerrado que cobriam, digamos, o Paraná. Shock and awe: pasto e soja.

– Se entendi direito os fanáticos neo­li­be­rais napal­mi­za­ram com pasto e soja todo o Mare Imbrium. Não existe mais.

– Certo – Ela indicou o ponto no o mapa. – O Mare Imbrium ou Mar das Chuvas aparece em alguns mapas que te mandei como Mar Cerrado. O bom­bar­deio de pasto e soja eliminou a vegetação nativa, que era espe­ci­a­li­zada em reter a água da chuva e abastecer os aquíferos em que mamam os rios.

– E com que consequências?

– A partir do centro o Mar das Chuvas ali­men­tava os rios do sul, do nordeste e de uma parte do norte. É simples: os rios e reser­va­tó­rios estão secando.

– É isso que não fecha – o italiano pôs-se de pé e passou a fazer o perímetro do terraço, como se caminhar o ajudasse a olhar de todos os ângulos o problema. – O cardeal Voto­ran­tim é um sujeito esperto. Ele não tem como não saber que a seca que atingiu o Sacro­con­do­mí­nio de São Paulo é só o começo das dores. Tendo em vista o que aconteceu com o Mare Imbrium, ele não teria motivo para ajudar os gaúchos a derrubar a Muralha… quem sabe com quais con­sequên­cias. Você é índia, jurou guardar a Muralha, sabe do que estou falando.

Ela olhou muito séria para dar a entender que sabia.

– Você teria razão, meu caro Massimo, se o cardeal tivesse de responder a alguém. A Sacra Igreja Neo­li­be­ral promove for­te­mente a separação entre Igreja e Estado, querendo dizer que os neo­li­be­rais conferem a si mesmos imunidade de qualquer res­pon­sa­bi­li­dade pública.

– Gaúchos e paulistas podem eliminar o Mar Cerrado e não têm de responder legal­mente por isso?

– Eles só estão pedindo que você respeite a sua fé – ela sentou-se e esvaziou o último copo de cai­pi­ri­nha. – E no caso do Mar das Chuvas tinham uma enorme vantagem estra­té­gica: o mar era sub­ter­râ­neo, invisível. O povo vê que a planura continua lá e acha que não se perdeu nada. Mesmo com a seca e a míngua dos rios, só vão fazer a conexão quando o cardeal já não estiver mais no poder. Mais uma das vantagens de não ter de responder a ninguém, muito menos ao futuro.

O italiano agachou-se ao lado da mulher e começou a espalhar sobre a sua esteira as foto­gra­fias que acom­pa­nha­vam a seção “A Muralha” do dossiê. As fotos alter­na­vam paraíso e inferno: matas exu­be­ran­tes e impe­ne­trá­veis ou espla­na­das cal­ci­na­das que evocavam Hiroshima. O homem não precisava de ajuda para entender quais eram as imagens mais recentes.

– Mas a Muralha é diferente, é muito visível – ele disse. – Veja essas fotos. Tem os vídeos no youtube. O des­flo­res­ta­mento e a invasão das terras indígenas eles não vão ter como esconder.

– Na capital eles tem um ditado – ela acariciou a barba dele. – “A sudoeste de Vazília, a civi­li­za­ção; a noroeste de Vazília, não há contravenção.”

– Contra a Muralha então todo jogo é limpo. Vale tudo.

– Obvi­a­mente foi para isso que Vazília foi cons­truída: não para puxar a civi­li­za­ção para o centro, mas para demarcar os limites da con­tra­ven­ção. Da boca para fora a Resi­dên­cia apoia os guardiões, mas ao mesmo tempo dá carta branca a gaúchos man­co­mu­na­dos com paulistanos.

– Querendo dizer que vocês índios vão ter de repelir sozinhos o ataque à Muralha.

– Não vamos resistir por muito tempo, Massimo. A Resi­dên­cia está cons­pi­rando esta semana de modo a acelerar a liberação de licenças ambientais.

– Que são licenças para destruir o ambiente, ao contrário do que se poderia concluir do nome. Ah, voi vasiliani.

– O governo prefere dizer, como os gaúchos urra­lis­tas, que está liberando o meio ambiente para ati­vi­da­des produtivas.

O italiano deixou-se sentar, derrotado, e ficou pro­cu­rando entre os copos cubos de gelo que pudesse mastigar. Em seguida fizeram amor por duas ou três horas sobre as esteiras, debaixo do sol da Guanabara e na altura do olhar dos vizinhos.

– Então é isso – Massimo disse depois, enquanto Maiara aper­fei­ço­ava os círculos dos pelos do peito dele, – você só queria me usar.

– Eu precisava de alguém de fora – ela confessou, sem paixão e sem culpa – de modo a reca­pi­tu­lar os fatos em benefício de alguém que estivesse se ligando na história neste momento. É só um recurso narrativo, nada pessoal.

– Maddona, é hora de mudar isso – o italiano pôs-se de pé ime­di­a­ta­mente e, muito a con­tra­gosto, começou a se vestir. – Esta história já tem coad­ju­van­tes demais. Você sabe o que disse Mazzini? Dio è Dio, e l’umanità è il suo Profeta. Se Garibaldi lutou as lutas do Brasil eu também posso. Eu também devo.

– Não sei se é um boa com­pa­ra­ção – a índia começou a recolher as esteiras e os copos, – tendo em vista que Garibaldi lutou a favor dos gaúchos.

O homem parou de se vestir por um momento para enfatizar o seu protesto:

– Naquela época os gaúchos lutavam contra o império. Agora eles são o império.

– E qual é o seu plano? – perguntou a índia. O italiano já estava calçando os sapatos e Maiara ainda não tinha começado a se vestir. Não tinha qualquer incli­na­ção de deixar-se resgatar pelo Grande Salvador Branco.

– Vocês são índios, vocês são con­tra­cul­tura, vocês andam nus – ele disse, tocando-lhe o braço como que para deixar-lhe uma divisa. – É impos­sí­vel que não tenham aliados: está na hora de forjar alianças.

– Temos mais do que isso – ela achou que era hora de revelar, e baixou a voz. – A carai­ba­gem tem herdeiros legítimos, Massimo. E dois deles estão aqui mesmo no Rio de Janeiro.

– Ma che cazzo stai –

Nessa hora um tiro atra­ves­sou o italiano.

– De novo – disse Maiara. Abaixando-se para desviar-se dos outros disparos, a índia arrastou o corpo inerte do homem para dentro da casa, e em seguida tomou-lhe o pulso para deter­mi­nar se ele era coad­ju­vante ou pro­ta­go­nista. Passados alguns segundos, Maiara não sabia dizer se estava aliviada ou não.

– Pro­ta­go­nista – ela disse.

continua…

fonte: http://www.baciadasalmas.com/pasto-e-soja/

Cineclube Terra Vermelha, Pipa, Abya Yala

cineclube_21agosto15

Cineclube sexta na praça! durante a Feira de Orânicos e Artesanais da Praia da Pipa

21 de agosto

18h Cumade Fulozinha 3

Produção caseira Pernambucana que resgata histórias da Mãe da Mata, protetora das Florestas. É amiga das avós, as ensinam a fumar, dão surra de urtiga naqueles que desmatam para o gado.

Estamos coletando histórias da Cumade para uma produção própria, venha contar a sua!

19:30 Tupinambá- O Retorno da Terra

Documentário que retrata a luta dxs indíxs Tupinambá na Serra do Padeiro, Bahia e seu processo de retomada de terras.

14 de agosto

18h Cumade Fulozinha 2

Produção caseira Pernambucana que resgata histórias da Mãe da Mata, protetora das Florestas. É amiga das avós, as ensinam a fumar, dão surra de urtiga naqueles que desmatam para o gado.

Estamos coletando histórias da Cumade para uma produção própria, venha contar a sua!

19:30 Belo Monte, Anúncio de uma guerra

Documentário que retrata a Amazônia hoje, suas lutas e guerreirxs

Caboclas Mc’s

Olá imprensa natalense, sou a Revolta do Busão, prazer em conhecê-la

bef94b2b55b9dff7ab46b290acc45cfd_400x400
Sabe aquele conhecido, do qual se tem pouca afinidade, que fingimos não ver quando o reencontramos em algum lugar? Sei que assim você nos vê, não há mal nisso, entretanto, a boa educação nos obriga a quando formos dizer algo sobre essa pessoa, na frente dela ou para outros, que a chamemos pelo nome, sei que ainda lembra do meu, mas insisto em me apresentar.Eu existo desde 2012, vocês mesmo já sabem, quando ainda me chamavam pelo nome. Vocês podem acessar o verbete “Protestos no Brasil em 2013” da Wikipedia, em Antecedentes, e verá que há o seguinte comentário sobre mim:

Em 27 de agosto de 2012 a prefeitura de Natal (RN) anunciou um aumento de R$0,20 na passagem de ônibus. Após o anúncio, houve uma série de manifestações organizadas pelo movimento social autodenominado “Revolta do Busão” (nas redes sociais: #RevoltadoBusão). A primeira manifestação ocorreu dois dias depois, reuniu cerca de duas mil pessoas e foi duramente reprimida pela polícia militar. No dia 30 de agosto de 2012 o protesto voltou com mais força, mas sem confrontos com a polícia militar. Com a pressão popular, no dia 6 de setembro de 2012 os vereadores revogaram o aumento da tarifa de ônibus.

Mas na verdade descendo do #ForaMicarla, que ocupou a Câmara municipal em 2011. Graças a mim a passagem em Natal ficou congelada por anos, fui o arquétipo dos protestos de junho de 2013 no Brasil. Nem é preciso alegar que o verbete carece de fontes, já que apenas nesse trecho está indexado seis links de notícias veiculadas por vocês próprios na época. Quando o verbete trata da importância do movimento para os protestos de junho de 2013 no Brasil há inúmeros outros.

Óbvio que há exceções na cobertura dos mais recentes atos, temos o exemplo da Mídia Infiltrada que transmite ao vivo os atos e conversa com as pessoas em seu Twitcast http://us.twitcasting.tv/tv_infiltrada. Além disso, não há melhor veículo para se empreender essa crítica do que na Carta Potiguar, logo, o incluo nessa lista, mas são aos grandes que me refiro. Faço uma ressalva ao Novo Jornal, que apesar do histórico de coberturas equivocadas em anos anteriores, e de não ser grande, foi o único veículo com alguma expressão a me chamar pelo nome. Apesar de consultar em sua reportagem apenas representantes de entidades estudantis, ignorando a maioria das pessoas que me compõem.

Ora, um jornalismo que apenas observa, não apura, não pode ser um bom jornalismo.  A cobertura jornalística de uma erupção vulcânica se faz com uma câmera e um repórter, com o fato jornalístico de paisagem ao fundo; mas não quando o fato envolve pessoas, não é gado, sabem falar, responder. Quem são? Do que se alimentam? Como vivem? Está tudo ali, ao alcance de uma pergunta.

Onde estavam que não entre nós quando o lamentável ‘’’’artefato””  foi atirado no carro da mulher , para constatar que tratou-se de um “traque” de São João, do tipo “pirulito” ou “peido de véia”, não a dinamite cercada de pregos apresentada pela polícia, cadê as imagens? Os relatos?

Esqueçamos isso, vamos começar de novo, me chamo Revolta do Busão, sou formado por uma maioria de estudantes universitários, composto por inúmeros grupos e subgrupos, os mais diversos que você possa imaginar, por isso, não há liderança entre nós, convencer a todos é muito difícil. Sim, há entidades partidárias, predominantemente a ANEL, UNE, JPT, que de fato quase sempre ganham as plenárias, muitas vezes por falta de bom senso das outras propostas formuladas, o que não significa que tenham total anuência perante os demais. Alguns estão ali para falar com vocês, muitos realmente acreditam na causa do transporte público, fazem política, antes na rua do que nos gabinetes. Mas ainda assim, eles não são a maioria.  Há anarquistas, todo um ramo de libertários, pintas, autônomos, mídia livristas, fotógrafos, e outras definições que não caberiam aqui.

Logo, você meu senhor, ou minha senhora, que acha melhor se indignar com a inflação, pode comparecer na assembleia e discutir porque acha que um movimento chamado Revolta do Busão, que defende a melhoria do transporte público há quase três anos, deve protestar contra a Petrobras, o preço da gasolina e o aumento da energia, se seu encaminhamento for aprovado pela maioria, será adotado. Infelizmente não aceitam sugestões pelo Facebook. Pode até ir com camisa da seleção.

Já você, cara imprensa, pode começar a nos chamar pelo nome, ou arcar com a qualidade do jornalismo que produz.

fonte: http://www.cartapotiguar.com.br/2015/07/28/ola-imprensa-natalense-sou-a-revolta-do-busao-prazer-em-conhece-la/

Mais infos Revolta do Busão http://revoltadobusaorn.blogspot.com.br/ + https://twitter.com/Revoltadobusao

Nos muros de Pipa, frases despertam reflexão

IMG_2858P

No ano passado toda a população do vilarejo chocou-se com a quantidade de árvores tombadas para a vinda de mais um novo megacondomínio em Pipa. Eram quilômetros quadrados de coqueiros, cajueiros, mangabas, mangueiras e algumas árvores nativas que davam frutos abundantes para toda a região. Um ano depois, com os requintes cruéis de usar os coqueiros para outdoors do futuro emprendimento em Photoshop e colocar a frase “Quanto vale o seu sonho?” o local virou mais um elefante branco de Pipa. As frases que apareceram na manhã de hoje são mais do que bem-vindas e fazem refletir sobre o passado, presente e futuro que queremos aqui!

especulação mata

morreram para servir de outdoor

 

 

 

 

 

decrescimento ou barbárie

grafiti na pipa

quanto vale o seu sonho?

Mostra de vídeos sobre neocolonialismo e resistências

flyer_mostra_resistencias

na praia de pipa
assista, resista!


flyer_mostra_resistencias

a partir das as 18:00h
Mostra de Filmes Infantis – todos os dias!

a partir das as 19:00h
quarta 15 de abril
“O verde violado” (Brasil/2004) 13 min.
“Segunda mão” (Canada/2011) 7min.
“Encontro com MIlton Santos” (Brasil/2006) 1:30

quinta 16 de abril
“O emprego” (Argentina/ 2008) 6 min.
“Levante sua voz” (Brasil/2009) 15 min.
“Sobre a servidao moderna” (Espanha/) 52 min.
“Atras da Porta” (Brasil/2010) 1:00 min.

sexta 17 de abril
“Bicilavadora” (Brasil/2012) 3 min.
“Cacita” (Mexico/ 2010) 10 min.
“A revolta do buzu” (Brasil/2003) 30 min.
“Ciclovida” (Brasil/2013) 1: 16 min.

sabado 18 de abril
“Neste chao tudo da” (Brasil/) 9:23
“Utopia no quintal” (Brasil/)
“O barro, as maos, a casa” (Argentina/) 36 min.
“A Ultima Hora” (EUA/2007) 1:32 min.

local
Baobá – Refeitorio Vegetariano
av. baia dos golfinhos (em frente ao tem tem), pipa, rio grande do norte

Fogo na mata

*-4-8-1

legendas: areas da mata que estao dentro do “parque”, cercas do mesmo…

o fogo na mata consome pipa todos os dias. espanta seus animais. transforma sua gente. modifica permanentemente sua imagem. nao mais a vida crescente e fertil das guabirabas, angelicas e cajaranas com que fartura crescemos e melamos a boca. nao mais a forca do pau-ferro para construir nossas casas seguras. agora o cimento impera, vindo de longe, petrotransportado. muros secos e quentes sobem cada vez mais alto, como se tivessem tambem vida. sem notarmos as milhares de outras mortes, de conhecimentos ancestrais, de arvores milenares, modos de vida sustentaveis.

os cajus, cansados e tristes, na ultima safra sofreram da doenca da praga branca e nem apareceram. sem conseguir disfarcar sua escassez, nessa estacao vem bem pouquinhos, durando apenas um mes.

mas o fogo… ah o fogo brilha toda a noite… misto de ancestralidade e estranhamento, um sinal de que o ser humano ainda nao se compreende parte desta natureza, que suas culturas devem se adaptar a esse tempo de escassez, para conseguir supera-la… compreende sim a faisca do vil metal, em detrimento de suas proprias historias e modos de viver. brilha como um sinal de fumaca aos colonizadores: continuem chegando, estamos aqui! a sua colonizacao ainda perdura, especulativa e derradeira.

nao mais o fogo dos rituais noturnos da danca, diurno dos rocados. o fogo que consome pipa nao provoca mais inter-dependencia, e sim uma submissao a todo um esquema de expropriacao de suas riquezas, para outrem, alem-mar. um modo de vida bem diferente. ou nao… ja que nos habituamos a ve-lo pela tv.

uma empresa que vai ganhar consumindo nossa natureza para produzir a energia artificial, que lhe vendera, junto a tantas outras bugigangas petro-eletricas. outro politico que trai sua propria comunidade com o impossivel insensato “progresso”.

para longe de si…

de suas mangabas, gameleiras e cipos. nossa mais profunda e – viva! – historia. sua agonia, deve nos fazer mais fortes para iniciarmos o longo tranalho de re-plantarmos o mundo.

Vende-se Amazônia com caju dentro – grafite na Pipa

10801593_837906676230477_8423289116033666460_n

SOS! MATA DA PIPA – RN – 6°14′ 55” S e 35°03′ 27” W

batalha de cunhaú

A mata da pipa é um dos maiores remanescente de Mata Atlântica do Estado do Rio Grande do Norte e possui uma área de aproximadamente 290 ha.[1]


batalha de cunhaú


mata da pipa

SOS! MATA DA PIPA!Nesta área considerada legalmente Área de Preservação Ambiental (PEMP – Parque Estadual Mata da Pipa) há alguns anos, rápidas mudanças vem ocorrendo como a proliferação de empreendimentos turísticos, provocando desmatamento e invasões, assim como resistências sistemáticas. Há uma desorientação proposital sobre o território.[2]Mas hoje, dia 3 de outubro, dia dos mártíres tapuias e potiguares que brigaram por holandeses e alemães briguentos e gulosos de riquezas [3], um novo alvorecer de tristeza nos espera.Ouvimos, entre lagartos e pássaros, que neste final de semana um trator do prefeito da família que domina há décadas a região esteve em pessoa por aqui avaliando o trabalho, vai passar com seus tratores abrindo a mata:NESTE SÀBADO DIA 04 de OUTUBRO de 2014, nas primeiras horas da manhã!abrindo a entrada para a mata da estrada dos gafanhotos travessa à direita (aonde tem uma placa vendem-se terrenos 3850 metros quadrados à esquerda e à direita foi recentemente foi colocada uma placa rua das flores).

URGE AÇÃO COLETIVA!!

em solidariedade

tacira

links

 

[0]

decreto estadual de constituição do parque – PEMP Parque Estadual da Mata da Pipa

[1]
 http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/bitstream/1/7611/1/PabloAGS.pdf
sua fauna – Estrutura da comunidade de lagartos em um remanescente de mata atlântica do rio grande do norte
“Estudo sobre lagartos no rio grande do norte e a contribuição da mata da Pipa para a sua conservação”

 http://www.idema.rn.gov.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=947&ACT=null&PAGE=0&PARM=null&LBL=Unidades+de+Conserva%C3%A7%C3%A3o
página do IDEMA orgão responsável pela (indi)Gestão das matas

[2]
 http://ufrn.emnuvens.com.br/sociedadeeterritorio/article/download/3517/2830
estudo sobre a região e a relação entre empreendimentos turísticos e de interesse particular na região de tibau do sul e o problema ambiental
“Gestão Territorial e Ocupação do Solo no Município
de Tibau do Sul/RN – Brasil”

 http://pipa-tv.blogspot.com.br/2010/01/cade-o-pemp-parque-estadual-mata-da.html
Matéria sobre o parque em 2010, a situação só não continua a mesma porque piorou…

[3]
página do wikipédia sobre os martires de cunhaú, indios potiguares e tapuias lutando pelos alemães e holandeses, na época em que dominavam no estado, numa das maiores chacinas da história brasileira ocorrida num engenho da região do Rio Grande do Norte – dia 3 de outubro foi decretado feriado estadual pelo ocorrido
 http://ihgrn.blogspot.com.br/2012/10/uruassu-carta-de-lopo-curado.html
 http://www.cnagitos.com/index.php/noticias/item/1384-entenda-os-massacres-de-cunha%C3%BA-e-urua%C3%A7u-data-que-%C3%A9-feriado-no-rio-grande-do-norte
 http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rtires_de_Cunha%C3%BA_e_Urua%C3%A7u
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Cunha%C3%BA_e_Urua%C3%A7u