A Copa sob as dunas e a chuva

A Copa em Natal já começara de forma controversa, como visualizado pela série de reportagens do canal ESPN, A Copa Sob as Dunas[1], que relatava os problemas relacionados com as obras de construção da Arena das Dunas e de mobilidade e equipamentos esportivos na cidade, além das remoções planejadas para a construção de estacionamentos e obras na cidade que afetavam aproximadamente 2 mil famílias.

As crianças tiveram férias adiantadas para ficarem na frente da TV; no último mês de estudo no Brasil, todas as escolas públicas do estado estudaram um só tema: a Copa; as férias durante os jogos – o merecido prêmio.[2] Os dois estádios locais, Machadão e Machadinho, símbolos da arquitetura da cidade, demolidos.Protestos relacionados ao aumento da passagem foram pioneiros na capital potiguar, e logo se engajaram com os protestos em relação à Copa do Mundo. Durante praticamente todo o ano de 2014 greves assolaram a cidade, guardas e médicos cruzaram os braços e os ônibus pararam, inclusive nos dias de jogo, o estado tendo que aplicar multa para as empresas que não colocassem seus ônibus em atividade, para que a cidade não parasse por completo, os serviços de emergência funcionando em apenas 30% de sua capacidade.[3] Além dos servidores municipais acampados na sede da prefeitura de Natal, que também entraram em greve.

Quatro grande obras que a Copa trouxe para a cidade, ao custo total de aproximadamente R$ 750 milhões (aeroporto, complexo viário no entorno do estádio, porto e estádio)[4], foram todas entregues às pressas, e portanto apresentando inúmeras deficiências, como mal-planejamento: o porto que receberia turistas estrangeiros que vinham pra Copa acabou não funcionando pois não previa passagem pela ponte local, mais baixa do que o tamanho dos cruzeiros que vinham de países como o México (que acabaram tendo que se deslocar para Recife e chegar em Natal de ônibus)[5]; ou o caso do novo aeroporto, que, sem estar devidamente preparado, com puxadinhos e tudo, presenciaram uma cena insólita: um vôo da Tam vindo de Portugal que não havia sido autorizado o pouso no novo aeroporto. Uma questão burocrática que pôs a risco a vida de muitas pessoas, acompanhado ao vivo no telejornal local. Acabou pousando improvisadamente no antigo aeroporto. O novo aeroporto, construído com o objetivo de funcionar durante a Copa do Mundo, é o primeiro a operar no Brasil sob a administração da iniciativa privada.

No entanto, o que mais surpreendeu na Copa do Mundo em Natal, não foi a inconsequente ação dos homens e sim a indignação dos céus, com a chuva enviada no primeiro dia de jogo na capital, a torrente que parecia gritar Não Vai ter Copa. Cai um temporal como há muito não se via, iniciando justamente no dia 12 de junho e com consequências graves nos dias posteriores, principalmente devido à negligência do poder público em relação às drenagens que já haviam sido alertadas há muito tempo pelas associações de moradores locais[6].

Só pode ter sido castigo de São João, que neste mês nem foi lembrado. São João é a nossa festa ancestral. Em muitos outros lugares de Abya Yala também se comemora a data, um festejo historicamente indígena, similar ao Inti Raymi[7] nos Andes e em muitos outros lugares. É no dia 24 de junho, solstício de inverno no hemisfério sul, o momento em que a Terra encontra-se mais distante do Sol. A celebração por aqui tornada exclusivamente católica, trazida pelos portugueses, e suas quadrilhas, não pode apagar os traços do milho e das fogueiras, rituais que carregamos até hoje de forma sincrética. Pois foi justamente nessa data de festejos no Brasil em que se realizou a tal da Copa. Todos os fogos não mais festejavam a abundância da estação e sim a megacompetição global. Contavam com o sol, sem lembrar da estação das chuvas.

Mas nem a pureza das crianças hipnotizadas por um súbito nacionalismo teleguiado, à revelia das reais necessidades de suas vizinhanças, ou a sinistrez dos dirigentes políticos que sacaram de nossos próprios bolsos empréstimos milionários impediram que os céus desabassem.

O projeto de cidade que abriga arranha-céus à beira-mar não poupou nem ricos nem pobres, nestes dias todos tornaram-se desabrigados ? moradores de apartamentos avaliados em 4 milhões e casebres de 4 mil.

E foi assim, que na Copa do Mundo de Natal, muitos assistiam aos gritos de gol, misturados aos gritos de desespero da tragédia.

As chuvas iniciaram no primeiro dia de jogo, dia 12 de junho, e nos dias seguintes causaram deslizamentos de terra e destruíram dezenas de casas em diferentes áreas de Natal abrindo crateras gigantes na cidade, transbordando lagoas de captação e levando todo tipo de entulho e esgoto ao mar. Até o fim da competição, moradores continuavam abrigados em escolas, sem nenhum tipo de auxílio do estado, que, para além de cadastrar e vacinar, entregou kits dormitório (colchões e lençóis) e cestas básicas para as famílias. As pessoas têm vivido da solidariedade dxs natalenses. Um decreto teve que ser feito emergencialmente para que as famílias possam receber auxílio-moradia, sem nenhuma previsão de quando isso possa ocorrer. É estimado que mais de 300 famílias tenham sofrido com as chuvas[8]. Somente em Mãe Luiza, há 5 kms do estádio, um dos bairros mais atingidos, 80 famílias tiveram as suas casas totalmente derrubadas ou comprometidas, tendo que ser interditadas por questões de segurança, segundo dados do jornal O Bobo, ops, O Globo.[9] Aos que continuaram no bairro, têm que conviver com o cenário de destruição, ora sem água, ora sem luz. À beira-mar, dois prédios de luxo também tiveram que ser desocupados na praia de Areia Preta, que só teve a circulação normalizada ontem dia 13 de julho.

Em virtude do estrago feito na cidade, a Prefeitura de Natal decretou dia 16 de junho estado de calamidade pública na cidade por 180 dias.

Os prédios desocupados, casas destruidas, carros soterrados, tubulações de esgoto explodindo e levando para o mar todo o acúmulo das fezes humanas, crateras formadas, nada disso foi suficiente para que se impedisse o megaevento, à revelia da tragédia nos arredores. O local da cratera aberta é na Rua Guanabara, próximo ao local em que foi realizada a Fan Fest. Essa via era um dos principais acessos que o público do FIFA Fan Fest utilizaria para participar dos festejos da Copa do Mundo.

A Arena das Dunas também sofreu estragos. Os drenos de água que funcionaram bem nos campos falharam na área do estacionamento e na área de mídia, alagando jornalistas e bambambanz que tiveram prezuíjo em seus carros de luxo, afogados na água. Vale lembrar que nem mesmo os bombeiros deram ok para a Arena[10]. Tudo feito às pressas. Para quem?

Dinheiro não faltou. Tempo não faltou. Faltou vontade política de se fazer algo que respeitasse a vontade e necessidades da população local.

Natal ? capital do belicismo global

Pode ter sido São Paulo e Rio de Janeiro as cidades que mais reforçaram seu aparato policial com novas vestimentas, armas e equipamentos bélicos, (o exérccito avalia em r$2 bilhões como o valor do investimento militar para a Copa[11]), mas é Natal que detém o título de mais antiga capital brasileira da nova fase do belicismo global. Foi afinal daqui que partiram a maior parte dos vôos estadunidenses que iam em direção à Europa durante a Segunda Grande Guerra, já que é o ponto das Américas mais próximo daquele continente. Já no século XX, a capital servia de base militar para os estadunidenses, ganhando ares de metrópole internacional, transformando definitivamente a cidade.

Não é a tôa que o jogo dos Estados Unidos aconteceu aqui, estavam em sua segunda casa. Além do aparato repressivo que para receber a seleção estadunidense trouxe seus comparsas, vistoria antibomba e contra ameaça química, biológica, radiológica e nuclear assim como simulação a ataques terroristas. Natal recebeu efetivo de 4.600 homens do Exército, Aeronáutica e Marinha, além de um grupo de 300 homens da Força Nacional, 160 policiais rodoviários federais e um aumento no efetivo da PM nas ruas durante a competição. 200 câmeras, investimentos de R$ 2,5 milhões voltados para o Bope, R$ 4,5 milhões em armamento não letal(?) como pistolas elétricas, balas de borracha, gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, num total de $ 80 milhões, tudo debatido com o serviço secreto dos eua, FIFA e suas seguranças privadas.[12]

Um documento[13] disponibilizado pela Presidência inicia deixando claro que a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 requer ?uma das maiores operações de segurança em nível internacional”. E rege a utilização da força nacional nos estados e a criação de ?Centros de Comando e Controle?, unidade central das forças de segurança dos Grandes Eventos, além de atribuir poderes especiais dentro dos estádios à segurança privada da FIFA e espias internacionais, algo inédito em eventos brasileiros.

?Atualmente, a Segurança Pública em dia de eventos é realizada integralmente pelos Órgãos de segurança pública. No entanto, o Regulamento de Segurança da FIFA estabelece um modelo diferenciado de realização, com atribuições específicas para a segurança pública e segurança privada. Toda a parte interna da segurança é feita pela segurança privada, os chamados ?assistentes de ordem? (?) Investimentos que são uma verdadeira oportunidade para que a área de segurança pública experimente grandes avanços, como a qualificação dos recursos humanos, a incorporação de novas tecnologias e a integração de sistemas, dentre outros fatores?.

Vale ressaltar que essa integração com outros sistemas trata-se provavelmente de ligações diretas com Polícias Secretas globais. Evidenciado pelo seguinte trecho: ?Com o objetivo de aperfeiçoar os mecanismos de cooperação internacional na área de segurança pública, a SESGE tem mantido interface com a Comunidade de Polícia das Américas – AMERIPOL, com a Organização dos Estados Americanos ? OEA e com a Organização das Nações Unidas ? ONU. Essas ações, além do intercâmbio de informações, possibilitarão a implantação, no Brasil, de experiências exitosas em outras partes do mundo.? Além da fixação de adidos policiais em diversas embaixadas brasileiras, com a missão de facilitar o intercâmbio de informações e a cooperação na área de segurança pública. Levando em conta que os espaços compreendidos pelo documento são o aéreo, terrestre, marítimo e cibernético, coube também as Forças Armadas um papel fundamental nas ações de espionagem que levaram a prisão de pelo menos 28 ativistas no Rio de Janeiro, em parceria com as Forças de Segurança Pública. A delegacia de crimes cibernéticos daquela cidade é chamada por advogados populares de ?o novo DOPS?, em referência aos locais em que os presos políticos eram levados durante a ditadura.[14]

Areia Movediça

E pensando que o fim da Copa seria o fim dos problemas, vem a pergunta: como fazer para pagar a conta dos estádios? A manutenção da Arena das Dunas é orçada em 500 mil ao mês, por isso cogitam-se outros usos – como em Manaus, virar uma penintenciária, ou por aqui um pólo de atividades comerciais, estacionamento, prédio de escritórios, salas de reunião, bar temático, academia, restaurante, arena de shows, salão para eventos corporativos e o que mais for possível. Com um investimento de R$ 400 milhões, R$ 396,5 milhões de financiamento federal, a Arena das Dunas, um modelo de PPP (Parceria Público-Privada) é um consóricio de 20 anos entre o estado e a OAS Arenas, administradora do local, que fará de tudo para lucrar, mas não se preocupará muito, afinal através de um contrato o estado ofereceu garantias de que arcará com qualquer prezuízo, ou seja, os contribuintes, nós.

Segundo o sitio UOL: ?a construtora ergueu o estádio e, em troca, ganhou o direito de explorá-lo por 20 anos, além de receber prestações mensais do governo do estado por 17 anos. (?) Nos primeiros 11 anos, o estado do Rio Grande do Norte pagará uma mensalidade de R$ 10 milhões à OAS. De 2025 até 2027, a prestação cai para R$ 2,7 milhões mensais. Nos três últimos anos do contrato, o governo estadual pagará à OAS um valor fixo por mês de R$ 90 mil. (?) Sem contar o financiamento de R$ 300 milhões contraido junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por meio de linha de crédito especial para a Copa.? [15]A garantia do empréstimo, feita pelo governo do Rio Grande do Norte que arcará com a totalidade dos riscos é garantida em imóveis públicos e royalties do petróleo. O petróleo é da OAS. O contrato pode ser acessado aqui[16].

Potyguaras vivos

No dia 27 de agosto de 2012 a prefeitura de Natal, capital do Rio Grande do Norte, anunciou um súbito aumento de vinte centavos na passagem de ônibus. Após o anúncio, houve uma série de manifestações do movimento intitulado Revolta do Busão[17]. Segundo relatos, as primeiras manifestações ocorreram dois dias depois, em 29 de agosto, e reuniu cerca de 2 mil pessoas. Esse primeiro protesto foi duramente reprimido pela polícia. No dia seguinte, 30 de agosto, o protesto voltou com mais força e dessa vez sem confrontos com a polícia. Com a pressão popular, no dia 6 de setembro os vereadores revogaram o aumento da tarifa de ônibus. Em 13 de maio de 2013, antes dos protestos massivos em todo país, a prefeitura de Natal voltou a aumentar o preço da passagem fazendo com que as manifestações voltassem às ruas, com confrontos com a polícia e detenções de estudantes. Por isso, o jornal americano The New York Times, apontou os protestos ocorridos em Porto Alegre e Natal como pioneiros das grandes manifestações que ocorreriam em junho no Brasil.

Em 2013 com as jornadas de lutas nacionais, protestos regulares ocorrem na cidade como pelo transporte gratuito[18], contra a derrubada de árvores do centro da cidade[19], contra a destruição de parte do Parque das Dunas (para alargamento de rodovia), e pela saúde[20] com ocupações na casa na governadora Rosalba, Câmara e Prefeitura, além de inúmeros atos populares. Durante os jogos, entidades sindicais e movimentos sociais do RN realizaram o Ato ?Contra as Injustiças da Copa e a intervenção da FIFA e dos EUA? no dia 16 de junho, dia de jogo EUA x Gana.[21] Os protestos contra a Copa ecoam o cidadão comum, como pequenos comerciantes, que tiveram saldo negativo em suas vendas, muito pela concentração realizada pelas fanfests organizadas pela FIFA.[22] A dívida do estado continua. Assim como as revoltas.

Natal foi a única cidade-sede de jogos que não teve desapropiações relacionadas à Copa[23], uma vitória da organização popular. No entanto, com os desastres ?naturais? em época de Copa o mesmo cenário distópico de cidades destruídas como o Rio de Janeiro, permanecem, marcas para não se esquecer o descaso do governo: crateras e megaestádios de entretenimento.

Referências:

[1]  https://www.youtube.com/watch?v=klJ_dUYAdkM A copa sob as dunas parte I

[2]  http://www.eleconomistaamerica.com.br/futbol-eAm-br/noticias/5793967/05/14/Copa-do-Mundo-Jogos-levaram-redes-de-ensino-a-mudar-calendario-escolar.html#.Kku8BtHVG5Uj9aj Em pelo menos sete das 12 cidades-sede, o recesso do meio do ano foi antecipado para junho, de acordo com a Lei Geral da Copa (12.663/2012) determina que os sistemas de ensino ajustem os calendários escolares de modo que as férias das redes pública e privada abranjam todo o período da Copa do Mundo, de 12 de junho a 13 de julho. A lei pode ser acessada aqui  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/Lei/L12663.htm

[3]  http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/06/11/natal-tem-greve-de-onibus-medicos-e-guardas-exercito-vai-as-ruas-na-copa.htm e  http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/06/16/em-dia-de-jogo-natal-vive-greve-de-onibus-e-prejuizos-devido-as-chuvas.htm

[4] Gastos por cidade-sede da Copa do Mundo  http://www.portaltransparencia.gov.br/copa2014/financiamentos/assunto.seam?assunto=cidade

[5]  http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/06/10/governo-gasta-r-72-mi-em-porto-de-natal-para-copa-mas-ponte-impede-uso.htm

[6] Documentário: Entre o mar e o morro  http://www.youtube.com/watch?v=g_mNb3MmH4s

[7]  http://pt.wikipedia.org/wiki/Inti_Raymi

[8] Os dados são da SEMTAS (Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social ), que ainda não finalizou os cadastros  http://www.natal.rn.gov.br/noticia/ntc-19347.html O jornal Hoje já divulga outro número, 475  http://jornaldehoje.com.br/cadastramento-de-familias-desabrigadas-continua-sendo-feita-pela-semtas%E2%80%8F/

[9]  http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2014/07/apos-um-mes-vitimas-de-deslizamento-seguem-fora-de-casa.html +  http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2014/06/novo-deslizamento-interdita-mais-uma-vez-costeira-em-natal.html +  http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2014/06/casas-correm-risco-de-desmoronar-no-bairro-de-mae-luiza-em-natal.html

[10]  http://www1.folha.uol.com.br/esporte/folhanacopa/2014/06/1470810-com-estadio-em-ajustes-bombeiros-realizam-vistoria-na-arena-das-dunas.shtml

[11]  http://www.forte.jor.br/2014/06/05/exercito-monta-base-atras-do-itaquerao/

[12]  http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2014/06/arena-das-dunas-tem-nova-vistoria-antibomba-e-contra-ameaca-quimica.html +  http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2014/06/estadios-de-natal-recebem-simulacao-de-ataques-terroristas-para-copa.html +  http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2014/06/pm-apresenta-planejamento-de-seguranca-para-ufrn-durante-copa.html +  http://jornaldehoje.com.br/bope-apresenta-equipamentos-antibomba-que-serao-usados-na-copa/

[13] PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE SEGURANÇA PARA A COPA DO MUNDO FIFA BRASIL 2014  http://portal.mj.gov.br/services/DocumentManagement/FileDownload.EZTSvc.asp?DocumentID=%7BCD048CDF-70F6-40F5-BF41-474472F9C0B6%7D&ServiceInstUID=%7BB78EA6CB-3FB8-4814-AEF6-31787003C745%7D

[14] Cidade da Polícia – O novo DOPS do Rio de Janeiro  http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2014/07/534042.shtml

[15]  http://espn.uol.com.br/noticia/424522_governo-do-rn-da-calote-e-secretario-diz-que-nao-deve-satisfacao-sobre-dinheiro-publico +  http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/01/30/arena-das-dunas-centro-comercial-estadio-de-futebol-ou-elefante-branco.htm

[16]  https://www.portaltransparencia.gov.br/copa2014/gestor/download?idAnexo=142

[17]  http://pt.wikipedia.org/wiki/Protestos_no_Brasil_em_2013 + Vídeo Natal Parou (junho de 2013)  http://www.youtube.com/watch?v=5SljHE22ZfI

[18] 13/03/2014 Natal/RN SEM TRANSPORTE SEM COPA #CopaParaQuem  http://www.youtube.com/watch?v=NK0S6auk2-o e Protestos contra a passagem de ônibus  http://www.youtube.com/watch?v=76FGK1BTDkA e RevoltaDoBusão 15/05/2013  http://www.youtube.com/watch?v=2jSMXgo3SQk e #6O: MPL tenta transformar Penitenciária em Câmara Municipal Popular  http://www.youtube.com/watch?v=LOGYqd6MupQ&list=UUluAA4ViiFqmj8gtSXtDAfQ&index=10

[19]#OcupaMorGouveia Contra o Arboricídio  http://www.youtube.com/watch?v=tTQq1W4PUK0 e 2014 – Natal/RN – Verde l Que l Faltou l Na l Copa  http://www.youtube.com/watch?v=wWItusLMnLg

[20] MiniDoc: Assédio Moral da Saúde http://www.youtube.com/watch?v=KMmAY6G0_P8&index=9&list=UUluAA4ViiFqmj8gtSXtDAfQ

[21] Vídeo do Ato Natal-RN – Ato popular de repúdio a FIFA e aos gastos da “Copa de Poucos”  http://www.youtube.com/watch?v=Z3hYqxGAlY4

[22]  http://jornaldehoje.com.br/pequenos-comerciantes-fazem-balanco-negativo-da-copa-mundo-em-natal/

[23]  http://espn.uol.com.br/video/419661_a-vinganca-da-natureza-mobilizacao-popular-transforma-natal-em-exemplo A vingança da natureza

Imagens coletadas da net

fonte: http://prod.midiaindependente.org/es/red/2014/07/534226.shtml

No Comments

Sorry, the comment form is closed at this time.

Jota Mombaça

Conheci Mombaça, artista de Natal, através do sitio português Buala em um artigo  chamado A coisa tá branca! (1.), em que colocava sua posição de sujeito decolonial frente a espaços estabelecidos como galerias e o campo das artes como um todo. Me impressionou muito sua sutilidade des&reconstrutiva em apresentar fissuras  e colocar sua assimetria como princípio mesmo de constituição do mundo. Depois vi alguns videos de performances e falas, como este que deixo aqui

que me inspiram a continuar com esse trabalho de revelar as raízes potyguaras da resistência.

JOTA MOMBAÇA
POTYGUARA VIVO!

1. http://www.buala.org/pt/mukanda/a-coisa-ta-branca?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+buala-pt+%28BUALA%29

 

 

 

 

Os aspectos legais e terapêuticos da Cannabis serão debatidos em evento na OAB

http://oabrn.org.br/2017/noticias/10406/os-aspectos-legais-e-teraputicos-da-cannabis-sero-debatidos-em-evento-na-oab

Os aspectos legais e terapêuticos da Cannabis serão debatidos em evento na OAB

http://oabrn.org.br/2017/noticias/10406/os-aspectos-legais-e-teraputicos-da-cannabis-sero-debatidos-em-evento-na-oab

Oficina de ginecologia política em Mossoró

Rio Grande do Norte acorda em luta

O objetivo é denunciar os despejos violentos no campo e o desrespeito com as famílias acampadas

O MST no Rio Grande do Norte tranca na manhã desta terça-feira (22) as BR 406, na altura de São Gonçalo do Amarante, e a 101, na altura de Múriu.

O objetivo é denunciar os despejos violentos no campo e o desrespeito com as famílias acampadas no estado, além de cobrar do governador do estado do Rio Grande do Norte que cumpra suas promessas com o povo.

Na última quinta-feira (17) a Polícia Militar, a mando do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), fez uma reintegração de posse ilegal sem dar direito, ao menos, das famílias retirarem suas coisas dos barracos.

O Movimento exige que o governador respeite seus compromissos e que o Governo Federal através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) faça as vistorias e desapropriação das áreas para reforma agrária no estado.

“Vamos seguir em luta até que nossos objetivos sejam de fato atendidos”, declararam os manifestantes.

*Editado por Rafael Soriano

http://www.mst.org.br/2017/08/22/rio-grande-do-norte-acorda-em-luta.html

Oficina de ginecologia politica em Pipa

Dia 10 e 11/08 no Espaço Sucupira

Convidamos às mulheres de todas as idades e diferentes vivências com seus corpos e sexualidade para um mergulho em si e nas profundezas do que significa ser mulher!

Nesse espaço de vivência queremos dialogar com vocês sobre os seguintes temas:
• a importância de começar nossa luta política a partir do nosso próprio corpo e de entendê-lo como nosso primeiro território de resistência;
• como perdemos nossa autonomia na gestão de nossa própria saúde e como estamos buscando recuperá-la;
• anatomia sexual feminina interna e externa; estudo de cada órgão, interno e externo, de nosso sistema sexual; afecções mais comuns que podem acometer cada órgão e seus tratamentos naturais;
• hormônios, ciclo menstrual, percepção e autogestão da fertilidade; a estreita relação entre a gestão dos nossos ciclos hormonais e questões ecológicas (uso de hormônios sintéticos, contaminação por xeno-estrogênios e disruptores endócrinos, descarte de absorventes industriais);
• a importância das bactérias boas, não patógenas, que habitam nossa vagina para a nossa saúde sexual e como cuidar delas e de nossa higiene íntima;
• métodos de identificação de infecções fúngicas, bacterianas, virais e por protozoários e seus tratamentos naturais;
• auto-exame vaginal/cervical com espéculo.

Nossa programação é a seguinte:

1º dia – 10/08 – das 14h as 18h:
Acolhimento/apresentação, história da ginecologia moderna, o que significa sermos cíclicas, anatomia interna, e nosso ciclo hormonal.

2º dia – 11/08 – das 14-18h:
Anatomia externa, principais desequilíbrios e infecções vaginais, auto-exame vaginal/cervical com espéculo, principais formas de tratamento para tais doenças e panorama das iniciativas de ginecologia autônoma pelo mundo.

As facilitadoras:

Nós Marilia Escanhoela Cucolicchio e Isabela Ladeira nos propomos a facilitar esse espaço com o objetivo de compartilhar com mulheres uma ferramenta de autonomia e auto-percepção de seus corpos entendendo que essa é uma luta política. Nos colocamos como facilitadoras, e não como especialistas no assunto. A proposta da oficina não é oferecer um pacote pronto de soluções alternativas para questões ginecológicas.
Propomos com essa oficina que cada uma de nós passe a confiar em nossas capacidades autocientíficas e usemos nossos corpos para essa pesquisa autônoma de forma consciente.

Estamos em uma jornada Brasil adentro, viajando a bordo de uma Kombi buscando e compartilhando experiências com Agroecologia. Para quem quiser saber mais sobre quem somos e nosso projeto, visitem a página:
https://www.facebook.com/kombosamecarrega/

Investimento:
Contribuição voluntária pela facilitação
Espéculos serão vendidos a R$5,0

O que levar:
Alimentos para compartilharmos um lanche
Esteira e toalha/canga
Para o auto-exame:
Espelhos pequenos (se possível, daqueles tipo maquiagem, com aumento)
Lanterna

No Rio Grande do Norte, Sem Terra ocupam mais um local no Perímetro Irrigado do Apodi

Cerca de 100 Sem Terra realizaram na manhã desta quintai-feira (2), uma nova ocupação no Perímetro Irrigado Santa Cruz, da Chapada do Apodi, localizado na comunidade de Lage do Meio, na divisa entre o Ceará e o Rio Grande do Norte.

Numa ação intimidadora o Grupo Tático Operacional da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, ameça as famílias e agride militantes que fazem parte da ocupação.

A ação segue como parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária e denuncia a inviabilidade do Perímetro Irrigado, bem como sua ilegitimidade, haja vista que o próprio articulador da obra, Henrique Alves (PMDB), está preso por corrupção.

O objetivo da ocupação é reivindicara desapropriação das terras para a Reforma Agrária Popular.

Lutar e resistir, pela Chapada do Apodi!
http://www.mst.org.br/2017/08/03/no-rio-grande-do-norte-sem-terra-ocupam-mais-um-local-no-perimetro-irrigado-do-apodi.html

Vem aí: Dias de cultura punk!

Agricultores do Açú, no RJ, sofrem nova injustiça

Não é a primeira vez que as famílias, legítimas proprietárias e possuidoras, recebem ameaça de despejo.
18 de julho de 2017 21h42
Da Página do MST

Mais uma vez as famílias do Açu sofrem com nova ameaça de reintegração de posse determinada pelo juiz da 1a Vara da Comarca de São João da Barra/RJ. Não é a primeira vez que as famílias, legítimas proprietárias e possuidoras, recebem essa ameaça.

Suas histórias e experiências no território do Açu estão marcadas de ações arbitrárias do poder político, que se alia ao poder econômico, tendo o poder judiciário como o representante fiel dessa aliança. Para o Juízo da 1a Vara de São João da Barra, trata-se de uma demanda simples: as empresas receberam a posse do estado.

Ignora que a transformação do 5o Distrito em zona industrial representou uma manobra política do então governador Sergio Cabral; ignora o descaso das empresas e do estado em pagar as indenizações irrisórias e ainda assim não pagas; ignora que a área em que as famílias foram deslocadas é um terreno em disputa judicial, tornando mais ameaçadora a ida dessas famílias, pois provavelmente serão expulsas pelo mesmo poder judiciário que as obriga a se deslocar.

Mas, o mais grave na decisão judicial é que se mostra visível na sua parcialidade. Desde que foi implantado, o porto do Açu não trouxe melhoria de vida para essas famílias, nem para os trabalhadores e trabalhadoras que vivem do empreendimento, mas acima de tudo, o ambiente nunca foi tão degradado.O Ministério Público chega a defender que tal empreendimento econômico “resultará do efetivo desenvolvimento econômico e industrial da região, com geração de emprego e renda”.

Mais grave. O Ministério Público, que pela Constituição deveria atuar em defesa do patrimônio ambiental, prefere ignorar todos os impactos que a Porto do Açu, empresa que já pertenceu ao empresário Eike Batista, suspeito de relações não legais com o então Governador Sérgio Cabral, vem impondo ao meio ambiente. E o Ministério Público que, arrogantemente, se coloca como a reserva moral da Constituição Brasileira, prefere apoiar cegamente o empreendimento sem nenhuma preocupação com o futuro ambiental dessa região, marcada por uma enorme riqueza de flora e fauna.

http://www.mst.org.br/2017/07/18/agricultores-do-acu-no-rj-sofrem-nova-injustica.html

*Editado Por Rafael Soriano

[Vídeo] São Flores, Ocupação 8 de março, Natal